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quarta-feira, 18 de maio de 2011

Oferenda do mel

"As lágrimas lavam os becos e limpam o ar."

No mundo neoliberal, no mundo dos adultos muito sérios, no mundo do egocentrismo babaca, no mundo dos desconfiados, enfim nesses mundos horríveis que não cessam de se alargar, as pessoas, muitas pessoas, amigos inclusive,  estão se tornando cada vez mais polidas: não se queixe, não me toque. Tem uns que chegam a mandar a gente para o cemitério, "o único lugar que não tem problema...". Tem outros, "isso é problema seu, se vira ".  Outros desligam o telefone. Outros nem atendem. E a gente vai ficando também polida em demasia, desconfiada, assustada, sem saída. Mas quando o grito ou a lágrima vem, vem. E tudo que a gente precisa é se queixar com um amigo ou amiga: isso que estou vivendo é grande demais para mim. Quando a gente consegue um amigo ou amiga que deixa a gente se queixar a vontade, acontece um milagre: a queixa se transforma em potência ativa. E eu tenho um amigo que ouviu ontem a minha queixa e me acolheu de braços abertos, com flores, convite, Lua, álamos, sol, terra, serra, céu, canastra, amizade de verdade, liberdade. E ainda de lambuja, zun zun, a doce palavra da abelha. Faz zun zun e pronto. Obrigada Jorge pelo melhor favo de mel: sua palavra suave.  Acabou chorare, ficou tudo lindo!

2 comentários:

  1. Marta, já mandei separ os discos, as poesias, vinhoe cachaça... viver é partilhar; os que fogem do umano, se perdem sem perceberem.
    Adoro sua presença , sempre, incondicional... abraços com ternura, Jorge.
    PS. Cheguei da rua: físsemos uma grande passeata pelo dia nacional da luta antimanicomial, e a imoprensa doida porque tava toddos: estudanten, professores, o povo da Upop-JA, aCMP, a perferia... uma festa-protesto, um maio

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  2. Marta,

    Jeito lindo de dizer "obrigada"!

    Abraço

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