Retrato de uma princesa desconhecida
Sophia Mello Breyner Andresen
Para que ela tivesse um pescoço tão fino
Para que os seus pulsos tivessem um quebrar de caule
Para que os seus olhos fossem tão frontais e limpos
Para que a sua espinha fosse tão direita
E ela usasse a cabeça tão erguida
Com uma tão simples claridade sobre a testa
Foram necessárias sucessivas gerações de escravos
De corpo dobrado e grossas mãos pacientes
Servindo sucessivas gerações de príncipes
Ainda um pouco toscos e grosseiros
Ávidos cruéis e fraudulentos
Foi um imenso desperdiçar de gente
Para que ela fosse aquela perfeição
Solitária exilada sem destino
Marta, amei... insurgente ironia! Viva nós. Abraços com carinho. jorge
ResponderExcluirAdorei! Dizer não é escancarar. A sutileza das palavras demonstram uma inteligência "sui generis". Deixei um comentário para você no blog do Jorge, no post de ontem. Beijossssssssssssssss
ResponderExcluirEi Tania. Obrigada. Andei nos seus blogs. Vou lá no Jorge ver seu recado. Em breve farei comentários também nos seus blogs. Beijos beijos Marta
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