Tradução

domingo, 24 de abril de 2011

Dias de Rosa

Há livros que circulam pela nossas mãos, pela estante, pela casa. Vou ler. Não, vou ler outro antes. Mais outro . Felicidade adiada. Comprei nas Lojas Americanas, pela internet. Meses depois fui buscar. No meio, viagens e outras leituras.  O atendente simpático, muito jovem, contou antes que ganha pouco demais, R$ 700,00 ,  apesar de falar inglês,  mas está feliz, tem trabalho, cartão de crédito, escapou da droga, da morte, da pobreza. Agora é classe média... E o livro? Não está, não encontrei. Como? Comprei, paguei. Mas a senhora demorou para vir buscar. Felizmente não me chamou de tia (bem educado o rapaz)  e procurou melhor. Achou. Levei para casa. Enrolei mais um tempão.  21 de abril, dia da forca, ou melhor, dia em que se comemora a morte na forca. Enforcada a liberdade. Tiradentes. Se dez vidas eu tivesse, dez vidas eu daria. Eu também. Para ler coisas gostosas, emocionantes que fazem a gente mais livre e mais libertário, da gente e dos outros. Liberdade ainda que tardia.  Li o livro num  dia. No Dia da Inconfidência. Na verdade, foi dia(s) de  Rosa. Um só dia que valeu por muitos. O livro não tem segredo. É simples. Mas é uma delícia. Educativo, educador. Autora, Rosa Dias. Eu já havia lido outras coisas dela e assistido ao belissímo filme que fez com o Julio Bressane, Nietzche em Turim.  Adorei esse filme. Adorei mais ainda NIETZSCHE EDUCADOR.   Mexeu comigo. Estava vivendo dias de covardia, com medo da vida. Mais uma vez Nietzsche acabou com esses dias de bobagem de medo. Não se pode ser covarde quando se sabe que Nietzsche existiu, educou, se educou, nos educa há  mais de um século. E educará por mais um século pelo menos, até que larguemos essa (des)vontade de fraqueza.   A Rosa me trouxe de novo o vermelho, sangue nas veias,  para viver dias e dias com vontade de mais vida. Torna-te o que tu és. Tornei-me.

Um comentário:

  1. Marta, hoje reli Assim falou e como falou o velho passarinheiro - Nietzsche... Um livro vale quanto nos põe a funcionar nu dinamismo libertário e audaz. Belo, deve ser; irei ler... Abraços com carinho, Jorge

    ResponderExcluir